O Dia Nacional da Doação de Órgãos, 27 de setembro, instituído no Brasil há 17 anos, para a população conhecer a importância do ato de doar e, ao mesmo tempo, para lembrar as pessoas de conversar com familiares e amigos sobre este assunto, porque um doador pode salvar a vida de, pelo menos, 10 pessoas que aguardam por transplantes de órgãos e tecidos.
Desde que a SC Transplantes foi criada há 25 anos, Santa Catarina sempre foi referência, é um dos estados com a melhor taxa de doação de órgãos e tecidos no Brasil e na América Latina.
Atualmente possui a segunda maior taxa de doação, com 40,7 por milhão de população (pmp), registrada no primeiro semestre de 2024, contrastando com a taxa nacional em 19,5 pmp.
A não autorização das famílias no estado também é uma das menores com 35%, enquanto que a média nacional está em 45%.
De janeiro a agosto de 2024, a SC Transplantes, vinculada à Secretaria de Estado da Saúde (SES), registrou 504 notificações de potenciais doadores. Desses, 215 foram doadores efetivos, equivalente ao índice de 42,3 por milhão de população (pmp) no território catarinense, nos casos de morte encefálica.
O coordenador da SC Transplantes, Joel de Andrade, reforça os excelentes índices alcançados em Santa Catarina.
“Santa Catarina chegou a este patamar por meio de capacitações constantes e desempenho excepcional das equipes das Comissões Hospitalares de Transplantes. Há 69 instituições hospitalares de Santa Catarina que integram o Sistema Estadual de Doação”, disse Andrade.
De janeiro a agosto deste ano, foram realizados 883 transplantes. Córnea foi o órgão mais transplantado no período (365), seguido de rim doador falecido (152) e osso (100).
“O Setembro Verde traz boas notícias para Santa Catarina. Esse ano, com os resultados já alcançados, conseguimos realizar quase 900 transplantes, beneficiando toda a população catarinense. Seguimos firme com o trabalho de educação dentro das instituições hospitalares doadoras, treinando os profissionais para que tenham máximas habilidades na hora de entrar em contato com as famílias que vão autorizar a doação de órgãos. Estamos trabalhando para que esses números cresçam e que possamos entregar, ao final desse ano, um resultado ainda melhor. E não se esqueça, se você é um doador de órgãos, comunique sua família”, reforça.
No último levantamento de dados da Secretaria de Saúde do Estado, divulgado em agosto, havia 1413 pessoas na fila esperando por transplante. A maioria por um rim (817), seguido de córnea (404), fígado (71), tecido ósseo (27), rim/pâncreas (46), medula óssea (35), coração (1) e pâncreas (2).
Como ser doador
Todas as pessoas podem doar órgãos e tecidos. Não é necessário deixar nada por escrito, basta comunicar sua família sobre o desejo da doação, pois ela só acontece após autorização familiar. Após o consentimento da família, são iniciados o planejamento da logística, os procedimentos para remoção dos órgãos, seleção dos receptores mais compatíveis e, na sequência, distribuição dos órgãos para serem transplantados.
A logística de transporte após a retirada dos órgãos é uma das etapas mais importantes, pois quanto mais jovens os doadores, mais complexa é a estrutura devido ao potencial de utilização dos órgãos.
O Governo do Estado tem à disposição aeronaves da Secretaria de Estado da Saúde/Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), da Polícia Militar, da Polícia Civil, do Corpo de Bombeiros, táxi aéreo e voos comerciais, de acordo com a disponibilidade no momento.
Todo o processo movimenta dezenas de pessoas e dura, em média, entre oito e 12 horas, com exceção de órgãos como o coração e o pulmão, que precisam ser transplantados rapidamente, não podendo ultrapassar o tempo de quatro horas.