Visite Balneário Camboriú, você vai gostar.

“Levar o nome da cidade para um evento deste porte é gratificante”, diz o primeiro atleta olímpico de Balneário Camboriú

24/08/2024 | Clic, Esporte

Pela primeira vez em seus 60 anos Balneário Camboriú foi duplamente representada em uma Olimpíada, pelo velocista Douglas Hernandes Mendes e pela fisioterapeuta Sheyla Souza Alves Oechsler, ambos do Instituto Atletismo Balneário Camboriú (IABC) e da Fundação Municipal de Esportes (FMEBC).
Douglas disputou a prova de revezamento 4x400m, junto com Lucas Carvalho, Lucas Vilar e Matheus Lima. Eles terminaram a corrida na sexta colocação na segunda bateria, com o tempo de 3m00s5 e ficaram de fora da final.

O atleta que acaba de retornar a Balneário Camboriú já está treinando para a próxima Olimpíada, em Los Angeles. Nos próximos dias segue para competições na Polônia e depois acompanha a programação de disputas da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt).

(Wagner do Carmo/CBAt)

Nesta semana, Douglas e Sheyla contaram um pouco sobre esta experiência histórica em suas carreiras. Acompanhe:

“O foco agora é Los Angeles 2028, então a preparação já começou desde que retornei de Paris”

JP3 – Como descreve a participação nos Jogos Olímpicos?
Douglas – Estar nos Jogos Olímpicos sempre foi o meu grande sonho, e ter a chance de vivê-lo foi excepcional.

JP3 – Qual foi o momento mais marcante dessa participação?
Douglas – O momento mais marcante foi quando entrei na pista para realizar minha prova, naquele instante eu tive a dimensão de tudo que estava acontecendo.

JP3 – Até que ponto o emocional mexe com o rendimento na pista?
Douglas – Nesse momento temos que deixar toda a ansiedade e emoção de lado para conseguir se concentrar, o emocional é umas das mais, se não a maior, ferramenta de treino.

JP3 – Qual a avaliação que faz da prova que disputou, esperavam um tempo melhor, estavam preparados, mas não conseguiram realizar. O que faltou?
Douglas – Realizei a prova de 4x400m rasos, gostei muito do meu desempenho e dos meus parceiros de prova, demos o nosso melhor, nosso objetivo era passar para a final, mas sabíamos da grandiosidade e potencial dos outros países, e no final conseguimos realizar uma marca bem expressiva.

JP3 – O que mais te impressionou na Olimpíada?
Douglas – Tudo me impressionou, mas estar do lado de grandes nomes do atletismo foi emocionante.

JP3 – Vocês puderam assistir o que queriam ou ficavam concentrados?
Douglas – Tínhamos autonomia para assistir as modalidades, mas eu preferi descansar, e me manter focado para a prova.

JP3 – O que guarda desta experiência?
Douglas – Vou levar comigo para sempre esse feito, experiência inexplicável, e muita gratidão e orgulho.

JP3 – No esporte local você entrou para a história como o primeiro atleta olímpico de Balneário Camboriú. O que isso representa para você?
Douglas – Fico extremamente feliz e honrado por isso, levar o nome da cidade para um evento deste porte é gratificante.

JP3 – Vários atletas voltaram de Paris falando que já começaram a treinar pensando em Los Angeles. É isso?
Douglas – O foco agora é Los Angeles 2028, então a preparação já começou desde que retornei de Paris.

JP3 – O que vem pela frente agora neste semestre?
Douglas – Nessas próximas semanas sigo para a Polônia, participar de alguns campeonatos, depois retorno para o Brasil seguindo com os treinos para os próximos desafios.

“Ver Douglas reconhecido internacionalmente, dando autógrafos e batendo fotos com os fãs foi extremamente emocionante”

A fisioterapeuta Sheyla, de Balneário Camboriú, convocada pela CBAt, disse que ficou impressionada com Douglas, que se manteve focado durante toda a competição e com muita maturidade emocional.

“Ele fez uma excelente prova, o Brasil mesmo não se classificando para a final, teve a melhor marca da temporada no revezamento 4x400m. A emoção de estar ao lado do nosso atleta na maior e mais importante competição do mundo é indescritível. Ver ele sendo reconhecido internacionalmente, dando autógrafos e batendo fotos com os fãs foi extremamente emocionante”, disse Sheyla.

Arquivo Pessoal

Ela descreveu ao Página 3 a experiência de participar da sua primeira Olimpíada. Acompanhe:

Experiência única e transformadora

“A experiência vivenciada durante os Jogos Olímpicos realmente é única e transformadora, tanto para atletas quanto para profissionais que atuam em diversas áreas do esporte. A oportunidade de estar presente nesta competição proporcionou um aprendizado inestimável, é a ascensão da carreira de qualquer profissional. O contato com outros profissionais da área(médicos, fisioterapeutas, nutricionista, psicólogos…), atletas e treinadores de diferentes países e culturas é uma oportunidade valiosa para ampliar a rede de contatos e adquirir conhecimento”.

O contato em todas as bases

“Tive a oportunidade de atuar em todas as bases de atendimento ao atleta. Meu primeiro contato com eles foi no Camping de Aclimatação, realizado em Portugal, para adaptar os treinos, as alterações físicas e metabólicas proporcionadas pelas mudanças climáticas. Em Paris, antes de iniciar os Jogos Olímpicos, trabalhei com os atletas nas pistas de treinamento espalhadas pela cidade.

Ao iniciar os Jogos, atuei no setor de aquecimento no próprio Estádio da França, local da realização das competições do Atletismo, momento que antecede a entrada do atleta na competição.

Além da preparação para o atleta entrar na pista, também realizei atendimentos de reabilitação e recovery nas bases de fisioterapia localizadas dentro na Vila Olímpica e no Château de Saint Ouen”.

Trabalho mental é fundamental

“Trabalhar nas diversas áreas de atendimento aos atletas, me proporcionou uma visão global de todas as partes envolvidas, desde os atletas até a equipe multidisciplinar, todos trabalhando lado a lado em prol da alta performance. A bagagem adquirida nesta competição vai muito além de técnicas físicas e manuais, o trabalho mental é fundamental e talvez o mais importante, a vivência de situações intensas e emocionantes, fazendo com que você saia da sua zona de conforto contribui para o crescimento pessoal e performance, pois ali você aprende a lidar com pressão e expectativas altas”.

Leia também