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Jornalistas avaliam a campanha eleitoral em Balneário Camboriú

11/10/2024 | Clic, Eleições

A campanha eleitoral de Balneário Camboriú encerrou com a vitória de Juliana Pavan, no último domingo (6), após muito tumulto principalmente entre ela e o candidato do PL, Peeter Lee Grando, que ficou em segundo lugar na disputa pela “cadeira estofada da Rua Dinamarca”.

Tudo foi acompanhado de perto pela imprensa e por isso o Página 3, encerrando sua cobertura da eleição, decidiu ouvir a avaliação de jornalistas de Balneário Camboriú e região, veja as opiniões:

Bola Teixeira, jornalista do Publixer Magazine e da Rádio Transamerica

“Minha impressão foi a confirmação dos erros políticos cometidos pelo prefeito. Ele inventou uma candidatura e esnobou todos seus aliados que pularam do barco e foram decisivos para a eleição de Juliana Pavan.

Ela fez uma campanha descontraída, alegre e de grande aceitação popular.

O pós resultado é mais uma demonstração de que pior do que perder é não saber perder quando o candidato derrotado vai a público dizer que “a eleição não terminou”.

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Rafael Weiss, jornalista, com longa trajetória na cobertura política e também como assessor político

“Bem, tivemos uma campanha atípica com muitos candidatos neste pleito. Candidaturas inéditas com novos nomes, alguns até extremamente desconhecidos, como o caso do candidato do governo.

Um pleito assim, jornalisticamente dá mais trabalho, você tem que contemplar espaço para mais gente e ofertar ao seu público, mais opiniões sobre as propostas dos candidatos.

Tivemos uma primeira parte da campanha mais civilizada, mas o que ocorreu nos últimos dias nos envergonha. A candidatura do governo praticamente abandonou a conversa com o eleitor no campo das propostas e partiu para ataques e até mesmo o enorme desrespeito à justiça eleitoral, no caso da distribuição de um jornalzinho com ataques à candidata do PSD.

Tudo que foi revelado, na minha opinião, necessita de apuração por parte dos órgãos competentes, mesmo assim, acredito que venceu quem o eleitor mais se identificou, que se mostrou mais preparada para administrar a cidade a partir do próximo ano.

A candidatura do governo perdeu inúmeras oportunidades para se mostrar mais viável e o eleitor ficou ligado nisso desde a formação daquela chapa.

Creio que o resultado final desta eleição deve embaralhar bastante o quadro político de 2025. O futuro ex-governo estará esfacelado e o partido PL, deverá sofrer mudanças significativas a partir do ano que vem. Não penso que todo ele será oposição a nova prefeita, creio que dos 6 eleitos, alguns estarão participando da nova administração.

No campo de oposição, PP e Novo, com candidatos que eram vereadores, perderão espaço. Eram nomes combativos, mas que agora deverão ficar até 2 anos na geladeira.

A esquerda ganhou com a enorme votação de Eduardo Zanatta e a candidatura de Marisa e Alex Casado foi importante para marcar território naquele campo político, mas acredito que a esquerda deva avançar mais e aprender com o pleito que não basta apenas votações em Lula da Silva para garantir sucesso no pleito municipal.

Para as próximas eleições o enorme desafio será levar os 31% de abstenções de volta para a urna e para isso, além de uma renovação na política, o radicalismo político e a comunicação com esse público tem que mudar”.

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Fabiany Smania, jornalista da rádio Divino Oleiro e da TVC Panorama

“Eu sou jornalista há 30 anos, já cobri muitas campanhas em Criciúma, no sul do estado e em outras cidades também. E eu confesso que fiquei bastante assustada com o que eu vi em Balneário Camboriú.

Eu sei que é uma cidade que chama atenção, que é vitrine no Brasil e também no exterior. Porém, eu nunca presenciei o nível de campanha que foi realizado aqui.

Então, como jornalista, a minha impressão é que os limites foram ultrapassados nessa campanha. O grupo que perdeu, infelizmente, eles não jogaram dentro das quatro linhas que eles defendem. O juiz eleitoral mandou recolher um material publicitário, impediu a divulgação de campanha e, ainda assim, desrespeitando as autoridades, eles fizeram o que foi pedido para não fazer.

Então, a minha impressão é que, infelizmente, o jogo que deveria ser lindo com a apresentação de propostas, com o que é melhor para a cidade, teve momentos muito tristes, recheados de fake news, de inverdades, de ataques pessoais, ataque à família de Balneário Camboriú.

E, digo mais, quem fez esse tipo de jogo pensou que o eleitorado, que o morador de Balneário, não estivesse observando as armas que estavam sendo usadas. Não foi um jogo bonito. Essa foi a minha impressão.

Apesar de tudo, a gente pôde ver toda a organização da justiça eleitoral, do cartório, das pessoas mobilizadas em garantir a segurança do eleitor e garantir que cada um pudesse exercer o seu direito de votar, o seu direito de cidadão.

Ganhou o jogo, a eleição, quem fez uma campanha limpa, demonstrando justamente que o eleitorado quer isso – propostas. O eleitorado quer saber o que aquele candidato pensa para a cidade, e quem ganhou foi quem apresentou essas propostas e atuou dentro dessa linha, desse viés. Essa foi a minha impressão.

E espero que daqui a quatro anos, quando teremos novas eleições municipais, eles tenham aprendido de fato como participar de uma eleição limpa, respeitar um documento assinado pela OAB, que todos os candidatos assinaram, que eles aprendam de fato a jogar dentro das linhas, ou das quatro linhas da Constituição, conforme eles mesmos sempre pregam e falam”.

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Gerson Felippi, coordenador de jornalismo da Rádio Menina

“Na Rádio Menina nós fizemos uma cobertura bastante intensa da campanha tanto em Balneário Camboriú como também no município de Camboriú e, apesar da minha experiência, também trabalhando em outras regiões, trabalhando no Rio Grande do Sul, nunca vi nada parecido com as campanhas que nós tivemos nessas duas cidades.

Muita, muita informação nova a cada momento, muita polêmica, um clima muito quente, fervoroso, nós que lidamos com as assessorias a todo momento recebíamos alguma novidade, casos de repercussão nacional, então eu acho que foi até um pouco diferente para quem é experiente já nesse tipo de cobertura, porque realmente assim o nível de animosidade foi extremo.

Eu espero que nós tenhamos próximas campanhas mais tranquilas em relação a isso. E claro que foi muito prazeroso, apesar disso, trabalhar nessa cobertura eleitoral, mas eu acredito que as campanhas, de certa forma, em alguns momentos, acabaram extrapolando certos limites”.

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Luiz Carlos Tigrão, apresentador do programa Canal 100, da Rádio Menina

“Olha, para quem acompanha a eleição em Balneário há 43 anos, quando cheguei aqui professor Armando César Ghislandi era o prefeito, quantas campanhas eu acompanhei, essa para mim foi deprimente.

Acho que a cidade não merecia a campanha que foi realizada neste ano, minha opinião. E vou dizer dois tópicos só: primeiro, candidatos, alguns sem noção, sem ter o que apresentar para conquistar o eleitorado, minha opinião. Propostas vazias, outros sem propostas, eu não preciso citar nomes, algumas propostas que a gente sabe que, duvido que o cara conseguiria fazer, propostas mirabolantes.

Então, assim, na minha avaliação, para mim ela foi deprimente. Muita baixaria, poucas propostas. Eu fiquei realmente decepcionado com a campanha, que eu acho que a nossa cidade, pelo que ela representa, a nível mundial, Balneário Camboriú, acho que merecia uma campanha com mais propostas, com menos baixaria, como eu acompanhei.

Repito, desde a época de Sr. Armando César Ghislandi, nunca vi uma campanha assim, nunca. Eu não sou um analista político, enfim, mas essa é a minha impressão, a que fica para mim é essa. Muita baixaria, muitas agressões, propostas realmente que a gente sabe que jamais serão executadas. Mas eu, nessa campanha, fiquei decepcionado, decepcionado mesmo. Poucos dos seis que disputaram a eleição se salvaram, na minha opinião”.

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Renata Rutes, jornalista do Jornal Página 3

“Cubro as eleições de Balneário Camboriú desde que eu era estagiária do jornal, mas moro em Balneário desde os anos 2000 e tenho memórias afetivas das campanhas, como a de Rubens Spernau e Bola Pereira, com seu famoso jingle.

Acredito que, ao pensar nas últimas eleições, essa foi a que mais sentimos a onda de fake news e também de ataques – inclusive ao Página 3. Ataques injustos por simplesmente noticiarmos fatos que aconteceram ao longo da campanha.

A campanha começou tranquila e finalizou com uma semana intensa, com acontecimentos quentes que agitaram os noticiários e as redes sociais.

Foi ruim ver os ataques, inclusive na hora do debate da Rádio Menina, quando os candidatos deveriam usar o espaço para apresentarem suas propostas aos eleitores.

Acredito que os fatos revelados necessitam, sim, de apuração por parte da Justiça Eleitoral, mas os ataques foram injustificáveis, em um nível que não precisava chegar.

Ganhou quem optou por estar perto do povo e que apresentou propostas.

Também estou ansiosa para acompanhar os novos vereadores – e não posso deixar de comentar que é lamentável só termos eleito duas mulheres.

Ainda assim, demos uma boa renovada, mesmo que tenham sido escolhidos candidatos que nem apresentaram propostas.

Nos resta esperar e torcer para que nossa cidade esteja em boas mãos”.

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Elias Silveira, jornalista da Rádio Camboriú

“Na minha avaliação, essa campanha eleitoral deu dentro o que estava esperando. Aconteceram, sim, alguns eventos atípicos, com vinculação de fake news, com vinculação de inverdades, mas, de outro lado, acompanhando e vendo de perto as pesquisas que foram feitas, aquelas pesquisas que foram feitas de acordo com o regramento do Justiça Eleitoral, de acordo com o que manda a legislação eleitoral, deu corretamente.

Houve, no final, sim, uma onda de desmistificar uma campanha, campanha vencedora, que acabou reduzindo um pouco e acredito essa imagem que estava dando na pesquisa, mas no geral a pesquisa é bem feita, bem elaborada, eu falo do Instituto Mapa, por exemplo, que fez a maioria delas para a Rádio Camboriú, saíram de acordo com o que estava previsto, dentro do previsto.

Então, repito, campanha foi muito bem feita também, tivemos problemas no final, na reta final, quando a atual administração vendo que as pesquisas apontavam um direcionamento diferente, que seu candidato não seria escolhido pela população, acabou, então, fazendo aquilo que acaba hoje sendo investigado, ainda na própria Justiça, pela forma e pela informação errada que se tentou veicular.

Inclusive, coisas graves, usando nossa Guarda Municipal, não pelos profissionais da segurança, mas quem comanda a segurança, que ordenou que algumas coisas fossem feitas para tentar denegrir ou prejudicar a campanha que saiu vitoriosa.

No geral, sempre acompanho Balneário Camboriú, a primeira eleição que acompanhei foi 1982, e a tendência é essa. Não fugiu à regra.

Tivemos infelizmente só duas mulheres eleitas para a Câmara de Vereadores. Não foi uma surpresa, já se esperava, mas também não naquela quantidade de votos que se falava, a eleição do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, que é um mero desconhecido, não conhece Balneário Camboriú, mas pela questão é de termos exatamente esse fato de termos um mundo bolsonarista que não analisou diretamente os fatos, colocou uma pessoa que não tem envolvimento com Balneário e que, dessa forma, acabou sendo eleito vereador de Balneário, com a maior votação do PL na cidade.

Quando a gente fala maior votação, é nesta eleição, que foi o percentual que ele alcançou no total, não é, por exemplo, o percentual que o Paulo Caseca conseguiu obter no ano de 1982, quando foi candidato a vereador.

Aquele sim, na época eram bem menos eleitores e um percentual do Paulo foi, em termos percentuais, com certeza, mais do que o próprio estrangeiro, o paraquedista que alçou um voo e veio cair em Balneário Camboriú.

Infelizmente, a comunidade não entendendo a situação, ao invés de votar em candidatos nossos, com representatividade aqui, com conhecimento de causa em nossa cidade, acabou votando em um candidato que obviamente nenhuma produção vai trazer em benefício de Balneário Camboriú.

Mas, repito, no geral, eleição foi dentro do que se imaginava, dentro do esperado, dentro do que as pesquisas apontavam, com aquela questão, pena, no final em que, sabendo da iminente derrota, o grupo, liderado pelo prefeito Fabrício Oliveira, tentou mascarar, criar um fato novo, e claro que influenciou também no momento decisivo da campanha”.

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Waldemar Cezar Neto (Marzinho), jornalista no Página 3

A impressão mais marcante é de uma campanha suja, com o prefeito usando descaradamente a máquina pública… foram muitos os fatos que me surpreenderam e mostraram até que ponto, mesmo aquelas pessoas que um dia considerei sérias, são capazes de ir pelo poder.

Vi amigos tão inteligentes bancando patetas, desfilando pelas ruas com bandeirinhas de campanha – suja.

É relevante investigar se a Guarda Municipal foi utilizada para fins políticos -me deu a impressão que foi-, mas isso é gravíssimo e exige a criação de mecanismos de controle por parte da sociedade e autoridades.

Foi gratificante publicar dezenas e dezenas de currículos de candidatas e candidatos a vereador -e a prefeito-, o Página 3 nunca havia publicado tamanho volume de informações numa campanha, penso que exercitamos bem o slogan desse ano do TSE: “Eleições – Voz da Democracia”.  

A Câmara perdeu bons nomes que concorreram ao Executivo como Gotardo, Meirinho, Probst e Ju Pavan; mas entraram pessoas com potencial como Guilherme Cardoso, Naifer, Dawud, Ricardinho, Mazinho, Ciça e, em especial pela grande experiência, Bola e Jade.

O futuro ex-prefeito (que já vai tarde e que use o tempo ocioso para refletir), prostituiu o processo legislativo de Balneário Camboriú, cooptando vereadores com empregos e promessas; por isso penso que o melhor que essa eleição pode trazer à cidade é uma Câmara de Vereadores independente, que não se venda pelo cabide de empregos, que coloque a governabilidade, a fiscalização do Executivo e o interesse do povo no topo das prioridades.

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