A advogada e vereadora eleita Jade Martins Ribeiro está comandando a transição da Secretaria de Saúde de Balneário Camboriú, indicada pela prefeita eleita Juliana Pavan, e nesta quarta-feira (6) teve a primeira reunião com o grupo do atual governo. Jade conversou com o Página 3 e disse que a situação é complexa. Acompanhe abaixo.
Na saúde tudo é urgente
Jade aponta que quando o assunto é saúde, normalmente é a ‘área mais sensível’ de qualquer governo, e que além de ser sensível, é a área que demanda uma ‘atenção muito grande’ na transição porque, no caso de Balneário, são muitas unidades, o Hospital Ruth Cardoso e as UPAs.
“Precisamos ter bastante critério para dividir nas prioridades a maior prioridade – tudo tem pressa. Temos um mês e meio para definir o que exige agir de imediato. Tivemos reunião semana passada e hoje (quarta, 6) especificamente com a equipe do atual governo. Eu chamei pessoas que conheço que tem experiência em gestão de saúde pública quando a prefeita Juliana me chamou para assumir a Saúde na transição e estamos nos reunindo desde que fui chamada, em busca de informações complementares, para fazer um panorama geral, em virtude também dos acontecimentos que envolvem a questão materna-infantil do Hospital Ruth Cardoso”, explica.
Reunião com a Univali
Na terça-feira (5), Jade se reuniu com as equipes da Coordenadoria Regional de Saúde de Itajaí e do Ambulatório de Gestação de Alto Risco da Macrorregião de Saúde da Foz do Rio Itajaí.
O ambulatório é ligado a Universidade do Vale do Itajaí (Univali), responsável pela assistência pré-natal de alto risco de Balneário Camboriú e de toda a região de saúde da AMFRI.
A implantação do serviço foi viabilizada por meio de convênio firmado com a Secretaria de Estado da Saúde e é destinado às gestantes de alto risco que necessitem de acompanhamento periódico devido a doenças prévias ou próprias da gestação.
O tema principal discutido foram as intercorrências registradas no Hospital Municipal Ruth Cardoso, visando minimizar as chances de uma evolução desfavorável da gravidez, tanto para o feto como para a mãe, como ocorrido nos últimos meses na unidade.
“Foi iniciativa da equipe de transição para ter conhecimento de como estavam sendo feitos os fluxos, protocolos de atendimento em especial com gestação de alto risco para não nos precipitarmos. Em 2016 tínhamos outro formato – as gestações de alto risco pré natais eram feitos no NAM (Núcleo de Atenção à Mulher), depois disso o serviço passou a ser feito, em 2022, pela Univali, que é credenciada junto ao estado. Todas as gestantes de alto risco dos 11 municípios fazem os exames com a Univali”, diz.
Encontro com a equipe do atual governo
No encontro desta quarta (6), com a equipe da Secretaria de Saúde do atual governo, ficou estabelecido que irão fazer reuniões de duas a três vezes na semana conforme necessidade para iniciar as visitas técnicas nas unidades. “Porque estar in loco é mais fácil do que ficar recebendo papel. Foi tudo muito genérico, mas saí de lá bastante esperançosa, porque vejo que a Secretaria e o Hospital possuem pessoas técnicas, mas de fato existem situações que vamos precisar de tomada de decisão por parte do Fabrício, que é prefeito até 31/12”, pontua.
Jade salienta que há contratos que vencem em dezembro e janeiro, e que o que poderia ser prorrogado já foi, por isso é necessário que o atual governo faça licitações para que não aconteçam problemas na Saúde municipal durante o verão.
“Ainda nesta semana vamos receber relatório de contratos com data de vencimento para fazer análise do que é emergencial e precisa ser feito neste ano. A reunião de hoje foi mais genérica, mas já estabelecemos que vamos nos reunir com equipes para de fato ter uma imersão maior dentro dos órgãos e fazer a transição de maneira mais eficiente”, acrescenta.
Ruth Cardoso é a maior preocupação
Questionada pelo jornal sobre o que mais a preocupa na Saúde de Balneário Camboriú, Jade foi enfática: o Hospital Municipal Ruth Cardoso.
“Ele é o que mais nos preocupa e o nosso ponto principal, é claro que precisamos saber como está sendo programada a sobrecarga de serviços nas UPAs, que tem um aumento de procura na temporada e exigem atenção agora de forma maior, com equipe de pessoal, insumos, para garantir atendimentos”, diz.
A vereadora eleita lembra que dia 31/12 o hospital e as UPAs não fecham, tudo continua, e por isso esperam que à medida que a prefeita eleita vá identificando nomes para Secretaria de Saúde e Hospital Ruth Cardoso, já consigam ir agregando na equipe de transição.
“As pessoas que estão na equipe de transição não serão cargos da Secretaria, por isso esperamos que os futuros cargos sejam anunciados e entrem na equipe de transição, também para irem se inteirando e nos ajudando no processo”, completa Jade.
