Cargos de confiança do prefeito Fabrício de Oliveira contestaram notícia do Jornal Página 3 com o título “MP precisou recomendar que Balneário Camboriú faça campanha sobre importância da imunização de crianças”, devido à baixa taxa de vacinação na cidade, que reproduz informações publicadas pelo Ministério Público.
A reportagem do MP, reproduzida em parte e complementada pelo Página 3, destaca que “Em Balneário Camboriú, foram 5.513 crianças de zero a quatro anos que tomaram a dose injetável ou a gotinha. Isso representa 48,76% das doses. Mesmo um pouco acima da média estadual, o número baixo de crianças imunizadas na cidade preocupa – uma vez que o índice ideal é de ao menos 95% de cobertura”.
Mikaelly Dos Santos Orsi, diretora da Divisão Técnico administrativa da Secretaria Municipal de Saúde, postou no Instagram do Página 3: “Notícia mentirosa, estratégia para enganar o povo em período eleitoral! Foram tomadas ações no período da campanha, inclusive Dia D com Unidades Básicas abertas. Foi divulgado para a população… só buscar que verão a verdade. Nota zero para este jornal”.
Nem o Ministério Público e nem o Jornal afirmaram que não foram feitas campanhas e sim que elas não atingiram o objetivo desejado, por isso são necessárias medidas de reforço. A referida diretora misturou política e campanha eleitoral com uma realidade de saúde pública.
Juliana Rosa Souza, Coordenadora de Imunização e doenças imunopreveníveis da Secretaria, escreveu que “esta publicação não condiz com a verdade, todas as ações de Imunização foram realizadas dentro do período de campanha proporcionando sábados abertos, oportunizando a população e horários estendidos nas Unidades Básicas”.
A publicação tanto do Página 3, quanto do Ministério Público condizem com a verdade.
Rafael da Luz – diretor da divisão de comunicação do prefeito Fabrício, fez duas postagens: “Foram realizadas ações de conscientização nos meios de comunicação, na educação e nas unidades de saúde” e “Balneário Camboriú já vacinou 5513 crianças, alcançando uma cobertura vacinal de 48,76%. Acima da média estadual”.
O fato concreto é que o índice de vacinação de crianças em Balneário Camboriú é metade do recomendado pelas autoridades de saúde pública, o que indica falta de eficácia nas ações do governo Fabrício de Oliveira e por isso o Ministério Público emitiu a recomendação.
Em fevereiro, o Tribunal de Contas do Estado notificou todos os prefeitos catarinenses, dando prazo de 30 dias “para cumprimento da lei SC 14.949/2009, que exige a apresentação da caderneta de vacinação do aluno com até 18 anos, no ato de matrícula na rede pública estadual ou privada de ensino”.
Passados quatro meses, é certo que a lei continua sendo descumprida e o município aparentemente não exerceu adequada fiscalização, notificando o Conselho Tutelar como prevê a lei.
Por ser ano eleitoral, talvez o governo Fabrício não queira pressionar famílias a cumprirem a lei de vacinação, devido aos movimentos anticiência e antivacinas que o grupo político do próprio prefeito adotou como discurso.