Os pesquisadores da Dankook University, da Coreia do Sul, So-Young Park e Minseong Ko, estão na Universidade do Vale do Itajaí (Univali) para uma série de atividades relacionadas ao projeto de pesquisa para o desenvolvimento de produtos medicinais a partir de Guanandi (Calophyllum brasiliense), árvore nativa do Brasil com folhas popularmente utilizadas para o tratamento de dor, inflamação, entre outras patologias.
A pesquisa internacional, aprovada na chamada pública n° 13/2023 do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), tem a participação de nove pesquisadores do curso de Farmácia e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da Univali.
A pesquisa teve início em outubro de 2023 e o objetivo da vinda dos pesquisadores parceiros é apresentar os primeiros resultados dos estudos. A equipe de pesquisadores brasileiros é responsável por otimizar os métodos de extração, técnicas de concentração, padronização de materiais e aquisição de dados de segurança.
Na Coreia do Sul, a equipe investiga se o Guanandi tem efeitos sobre doenças causadas por inflamação, como Doenças Inflamatórias Intestinais, Mal de Alzheimer e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica.
“A visita dos pesquisadores sul-coreanos tem sido muito proveitosa, tanto no aspecto científico quanto cultural. Essa é uma planta estudada há muitos anos na Univali e temos excelentes expectativas com este projeto, bem como acreditamos que esta cooperação internacional trará bons resultados no avanço da pesquisa”, afirma o professor Luiz Carlos Klein Junior.
O estudo irá receber, ao todo, cerca de R$ 350.000,00 para custeio e bolsas de pesquisa. A pesquisa é realizada por meio de experimentos in vitro e tem sua funcionalidade validada por experimentos in vivo com animais.
“Nossos resultados anteriores confirmaram que o extrato obtido das folhas de Guanandi exibe pronunciados efeitos anti-inflamatórios em diferentes modelos experimentais, relacionados a alguns princípios ativos como flavonoides, por exemplo. Agora, estamos nos aprofundando nas pesquisas e aproveitando a expertise do laboratório da doutora So-Young Park para que possamos explorar outros testes farmacológicos, diferentes mecanismos de ação e, em conjunto, avaliar os principais princípios ativos da planta”, explica o reitor da Univali e coordenador do projeto, professor Valdir Cechinel Filho.
Além do professor Valdir Cechinel Filho, os visitantes foram recebidos pelo vice-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão, professor Rogério Corrêa, pela diretora da Escola de Ciências da Saúde, professora Priscila de Souza, pela coordenadora de Internacionalização, professora Camila Monteiro Santos, e pelos integrantes do grupo brasileiro formado pelos pesquisadores Guilherme Moreschi Gerhardt, José Roberto Santin, Larissa Benvenutti, Luiz Carlos Klein Júnior, Nara Lins Meira Quintão, Otto Mauricio Santos Gerlach, Rivaldo Niero e Ruth Meri Lucinda da Silva.
Os pesquisadores sul-coreanos ficarão na Univali até o próximo domingo (12).
A professora So-Young Park destacou que o objetivo, a partir de agora, é otimizar os resultados obtidos pelos dois países.
“Estamos muito entusiasmados com o que estamos vendo no Brasil e está sendo muito produtivo compartilhar nossos resultados e ver esse projeto avançar. Ao longo desta semana vamos definir as próximas etapas do estudo e espero que possamos progredir quando voltarmos para a Coreia do Sul”, comentou a pesquisadora.
Texto: Roberta Ramos /Univali