Após atender mais de 3,5 mil crianças, das redes pública e privada de cinco Estados do Brasil, o robô RoPE alcança a primeira Organização Não Governamental do país.
O brinquedo pedagógico projetado no Laboratório de Inovação Tecnológica na Educação (Lite), da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), neste ano passará a contribuir com o desenvolvimento de crianças e adolescentes de bairros periféricos da cidade de São Paulo (SP).
Esta semana profissionais da ONG Vocação receberam um treinamento para utilização da ferramenta desenvolvida pelos pesquisadores da Univali. Após esta capacitação, o RoPE vai ajudar a desenvolver o pensamento computacional de cerca de 300 crianças e adolescentes, atendidos pelo Programa Crê-Ser em 2024. A iniciativa é mantida pela Vocação e atua na formação pessoal e social de crianças e adolescentes, com idades entre 6 e 14 anos.
De acordo com Josmael Castanho, diretor geral da ONG Vocação, no contexto deste Programa o Robô será ajustado para auxiliar em atividades que estimulam questões de criatividade e o desenvolvimento das crianças como ferramenta de transformação e cidadania, garantindo-lhes o direito ao lúdico, à participação, cultura e informação.
“Com o robô RoPe, a Vocação traz uma nova abordagem para a experiência socioeducativa do projeto Crê-Ser, reafirmando seu compromisso com a inovação e a inclusão. Esse projeto promove a criatividade e o desenvolvimento das crianças que são nossas beneficiárias, marcando um avanço na história da Vocação como líder em iniciativas transformadoras no terceiro setor. O objetivo dessa estratégia é garantir que cada criança tenha acesso ao máximo potencial de aprendizado e participação cidadã”, comenta Castanho.
O idealizador do RoPE, professor André Luis Alice Raabe, explica que o sucesso da implementação do Robô nas atividades educacionais está diretamente ligado à capacitação dos profissionais envolvidos.
“Observamos que o treinamento dos educadores influencia diretamente em sua percepção sobre as inúmeras possibilidades oferecidas pela ferramenta e como ela poderá auxiliá-los nas atividades desenvolvidas em sala de aula.”, destaca.
Para o especialista, alcançar as crianças moradoras da Capital Paulista, é mais uma evidência da expansão da pesquisa realizada pela Univali.
“Há alguns anos o RoPE vem superando barreiras e levando a produção científica para muito além dos muros da Universidade. É gratificante ver este projeto, nascido dentro de um laboratório, tomar forma e impactar tantas vidas.”, acrescenta.
Norma nacional prevê conteúdos de computação nas escolas
A aprendizagem promovida pelo uso do RoPE, segundo Raabe, está alinhada à Norma sobre Computação na Educação Básica – Complemento à Base Nacional Curricular Comum (BNCC). Homologado pelo Ministério da Educação, em outubro de 2022, este preceito detalha os conceitos de computação a serem ministrados na educação básica do país, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio.
“Na ocasião, foi definido o prazo de até um ano para as redes educacionais públicas e privadas do país se organizarem e incluírem conteúdos de computação no currículo escolar, no entanto, na prática observamos que o Brasil está muito longe de cumprir esta orientação.”, avalia o especialista, que foi um dos proponentes da medida.
Saiba mais sobre o RoPE
Desenvolvido por pesquisadores da Univali, no Laboratório de Inovação Tecnológica (Lite), o RoPE é um brinquedo de madeira projetado para introduzir crianças, a partir dos 3 anos, no aprendizado de matemática e lógica de programação. De forma lúdica, ao utilizar a ferramenta, os usuários são desafiados a resolver problemas e, deste modo, desenvolver aspectos importantes, como o pensamento computacional e a criatividade.
Baseado nos resultados apresentados por diversos estudos acadêmicos que, por sua vez, analisaram a experiência de utilização da ferramenta em ambiente escolar, ao longo dos anos o RoPE foi aprimorado para atender diversas demandas pedagógicas.
Nos últimos 10 anos, já atendeu mais de 3,5 mil crianças e jovens nos Estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e Pernambuco. Neste período, o projeto também foi responsável pela capacitação de mais de 300 profissionais da educação infantil, de 60 escolas das redes pública e privada.
Em 2018, a iniciativa recebeu investimento para a criação da empresa SmartFun, numa parceria com estudantes formados pelos cursos de mestrado e de graduação da Univali. Desde então, a empresa e a Univali atuam em uma parceria acadêmica. Mais detalhes sobre o RoPE, podem ser obtidos em http://smartfunbrasil.com.
Texto: Assessoria Comunicação/Univali