Depois de eleita com 42,30% dos votos válidos, comemorados em carreata, o primeiro dia ‘pós urna’ foi movimentado e com agenda cheia para a primeira prefeita eleita de Balneário Camboriú, Juliana Pavan, do PSD.
Ela contou à repórter Renata Rutes que seu primeiro pensamento quando acordou nesta segunda-feira (7), foi “quando posso entrar na prefeitura para trabalhar” (risos).
“Estou brincando… meu primeiro pensamento depois de receber um ‘bom dia prefeita’ do meu marido, foi em organizar a equipe de transição, buscar os nomes, para que nós possamos construir esse processo de uma forma tranquila e bem pontual, em algumas situações que precisam ser resolvidas para ontem.”
Depois concedeu entrevistas para imprensa, em seguida foi para o Bairro das Nações, onde nasceu, para tomar café com os moradores, já que a carreata da vitória, na noite de domingo, não passou pelo bairro.
“Hoje de manhã eu acordei com uma mensagem no grupo da coordenação: “Seis horas da manhã e a prefeita ainda não mandou nenhuma mensagem. Tem algo de errado” (risos). Aí eu coloquei: “Claro, tem uma agenda às sete horas, às sete e meia, depois às oito…”. Enfim, brincadeiras à parte, realmente acordei já pensando, escrevendo alguns apontamentos que vieram na cabeça quando eu cheguei em casa depois da carreata, para não deixar passar nenhuma informação. Não consegui analisar ainda o cenário em Balneário Camboriú, não consegui sentar ainda pra ver”, explicou.
Contato com os vereadores
Juliana disse que tomou conhecimento hoje pela manhã dos vereadores eleitos e que precisa ver a questão da composição da nova Câmara Municipal, compreendendo que o Legislativo tem a sua autonomia e independência, mas que o diálogo é fundamental para o processo democrático.
“Dialogar, ouvir, sentar para debater as ideias é primordial. Até porque todos os vereadores que foram eleitos, nós temos que respeitar. Cada pessoa que votou e escolheu seu vereador compreendeu que o projeto que ele apresentava era importante para a cidade e, dessa forma, como que eu vou virar as costas? Eu preciso sentar com esses vereadores e ver quais são os projetos. E vou dizer uma coisa para vocês: tem muitos vereadores que apresentaram projetos incríveis e não entraram. E esses vereadores a gente precisa sentar e conversar, porque são essas ideias que vão fortalecer ainda mais a gestão”, comentou.
Ela lembrou que somente em sua coligação tinha mais de 120 candidatos e todos andaram pelas ruas ouvindo as pessoas, e por isso há muitos projetos que podem virar pautas do Executivo e Legislativo.
“Agora é dialogar, colocar em prática aquilo que eu sempre falei, que é ter um governo participativo, um governo justo, humano, para que possamos conduzir da melhor forma possível esse trabalho que eu tenho certeza que as pessoas vão se orgulhar muito”, disse.
Momento em que sentiu que iria ser eleita
Questionada sobre qual foi o momento, no domingo de eleição, em que sentiu que iria se eleger, Juliana foi enfática – nos últimos minutos antes de encerrar a votação, quando foi ao Bairro da Barra e foi recepcionada pelos moradores do bairro.
“Quando eu cheguei lá, com a minha filha Maria Giulia, eu desci do carro e vieram me abraçar, cantar minha música, gritando, falando meu nome. Na hora, olhei os policiais, eu não sabia o que fazer e eles me cumprimentando também. Ali eu me senti realmente abraçada, com eles me falando ‘Juliana, queremos você como prefeita, e foi ali que eu encerrei o processo eleitoral, abraçada pelas pessoas, com emoção, com alegria… dali fomos para o comitê para a apuração”, acrescentou.
Voto em família
Juliana também viveu uma dupla emoção – a vitória do pai, Leonel Pavan, na cidade vizinha Camboriú, algo histórico e que foi até mesmo notícia nacional.
“Em um determinado momento, a minha mãe [Bernardete Pavan] ligou. Ela estava junto com o pai, em Camboriú, e com o Júnior [irmão dela], para falar que o pai tinha ganho a eleição, porque eu não sabia até então. Neste momento não consegui conter a emoção, me ajoelhei e agradeci a Deus. Foi a primeira vez que não votei no meu pai. Meu irmão ia transferir o título, mas acabou que ele e a mãe não transferiram e votaram em mim, em Balneário”, informou.
Primeiro damo
Uma figura sempre presente na trajetória de Juliana foi o marido, Neto, empresário que atua no ramo das casas noturnas da cidade. Entre risos, ela contou que ele foi chamado de ‘primeiro damo’, mas que o certo seria ‘primeiro cavalheiro’ – o primeiro da cidade.
“O Neto tem que voltar para as empresas dele, ele deixou tudo de lado. Ele fez parte da coordenação geral, estivemos juntos o tempo todo”, contou.
Prefeita dos bairros
A prefeita eleita também aproveitou para agradecer aos 29.495 votos que recebeu e disse que irá honrar o Centro e os bairros – destacando que sua vitória veio dos bairros.
Ela afirmou que vai ser uma prefeita que vai estar em contato direto com os bairros da cidade, pois seu propósito sempre foi muito claro – unir Balneário Camboriú.
Juliana diz que a divisão que criaram na cidade prejudicou muito o processo administrativo e a gestão administrativa.
“Pode ver, dividiram tanto a cidade que o prefeito se ausentou do trabalho dele para entrar de cabeça numa campanha suja, que tanto ele quanto o candidato dele vão entrar para a história, pois deixaram uma marca negativa no processo eleitoral, com ataques de forma covarde, com apontamentos, enfim, com o número de situações… eles deixaram de lado o trabalho na administração pública para conduzir uma campanha de baixo nível. Ainda se fosse para elevar o nível, mas enfim… eu estou aqui, de cabeça erguida, com vontade de trabalhar, e é isso que importa”, completou.
