Um grupo de 10 estudantes de teatro do projeto Oficinas do Centro Educacional de Atendimento no Contraturno (CEAC), de Balneário Camboriú, apresentou o espetáculo ‘2070’, no XV Festival Mundial de Teatro Adolescente ‘Vamos Que Venimos’, de 1 a 6 deste mês, em Buenos Aires.
Eles fazem parte da Oficina Cia de Teatro, uma extensão das aulas de teatro do CEAC e retornaram a Balneário Camboriú nesta terça-feira (8), trazendo na bagagem duas menções honrosas pelo trabalho apresentado, além do certificado de participação: 1ª La dramaturgia que se invlolucra y cuestiona el contexto sociopolítico y climático; 2ª El uso de recursos escenotécnicos.
O professor de teatro do Oficinas, Guilherme Trautmann descreveu a experiência como ‘um fabuloso intercâmbio’.
“Participamos pela primeira vez de um festival no histórico XV Vamos Que Venimos. Conhecemos outros lugares, outras pessoas, outras culturas, nos conhecemos. Estudamos, pesquisamos, registramos e fizemos teatro”, afirmou.
O grupo viajou no dia 30 de setembro e retornou dia 8 de uma viagem de estudos que transformou a vida de todos.
“Estudantes da Educação Básica Pública Municipal fazendo intercâmbio cultural. Ousadia realizada com sucesso. Durante esse período, assistimos teatro, debatemos teatro, arte, estéticas, memória, história e sociedade. Experienciamos modos de viver uma educação crítica e emancipatória que dá voz e vez aos estudantes. Uma experiência “increible” de sermos protagonistas de nossas próprias histórias”, destacou o professor.
Apoio foi essencial
Ele acrescentou que tudo aconteceu porque tiveram apoio e colaboração para a realização deste acontecimento.
“Gracias @vqvmundial por promover o protagonismo juvenil e ampliar os horizontes. Por conta disso, estamos percebendo a materialização dos atravessamentos que a Arte Teatral é capaz de causar. Uma verdadeira nutrição estética que leva os adolescentes a um contato próximo com outras realidades de diferentes lugares da América Latina”, agradeceu.
A professora de teatro do Oficinas, Izadora Ribas, explicou que durante a semana do festival, os estudantes assistiram espetáculos – 20 no total, de manhã e à tarde e ao final do dia juntavam-se para uma roda de conversa em um “Painel de Intercâmbio”. A voz da roda é dos estudantes. São estes aprendizes em desenvolvimento que conversam sobre como fazem teatro, como montam suas peças em suas localidades distintas e como usam das suas realidades sociais para criar as dramaturgias e ações cênicas.
“Os adultos, professores e diretores teatrais mediam os diálogos, mas não comentam no primeiro momento, sendo destinado um dia apenas para o debate dos diretores e professores. A voz destes adolescentes são evidenciadas e são protagonizadas pelos jovens artistas. Aqui, estes adolescentes encontram um lugar que é disponível para ouví-los. O Festival se torna um lugar de fala para eles que não conseguem esconder o êxtase de estar participando e experienciando uma cultura totalmente diferente de Balneário Camboriú”, segue Izadora.
Segundo os professores, cada espetáculo foi um desafio para os estudantes, pois além de apreciarem, precisavam se concentrar em outra língua com tantos acentos diferentes, o sotaque.
“Como professores que acreditam na transformação social a partir da Educação e principalmente da Arte Educação, estamos emocionados por ver que esta prática de intercâmbio é a realização de uma pedagogia que se pretende ser formadora plena da cidadania e da educação integral dos educandos. Percebemos com coração cheio de orgulho que precisamos, cada vez mais, abrir as portas desse mundo e sermos os mediadores destas experiências que vão fazer parte destes jovens por toda vida. Realizar esse projeto é concretizar e entregar à sociedade um resultado para além de uma nota, participar deste tipo de evento é uma verdadeira contrapartida social, é poder oferecer a estes jovens a possibilidade de desenvolver criticidade e emancipação humana”, avaliaram os dois professores que acompanharam o grupo.
Os estudantes/atores/atrizes
Participaram deste intercâmbio os estudantes/atores/atrizes: Ana Clara de Souza, Eduardo dos Santos Borges, Emilly Cristinny Ferreira Monteiro, Isbemar Zarimy Melendez Romero, João Pedro Prado Lopes, Lisy Eduarda Silva Vasconcelos, Maiane Wolff Dias, Marianne Gorski Castilho Damasceno, Maria Gabriela Chagas Franco, Vinicius Rocha de Carvalho Canedo.
Na Direção de Cena e Realização: Guilherme Trautmann e Izadora Ribas.
Professores do CEAC na Produção e Comitiva de Apoio: Camila de Oliveira – Produtora e Professora do CEAC – Vanessa Coimbra das Chagas – Apoio Mãe e Professora do CEAC – Ana Paula Ferreira de Oliveira – Apoio Mãe.