Os meios digitais nos trouxeram a desgraça humana em vídeos compartilhados às dezenas, porque foram essas as quantidades de perdas de materiais, esperanças e planos na última enxurrada ocorrida nas cidades do Rio Grande do Sul.
A enchente das últimas semanas tenta provar o óbvio que tanto insistimos em esconder. Somos frágeis, pequenos e necessitamos dos outros sempre, porque a natureza não tem muito planejamento, não tem rota certa, e horário para surgir desordenada, ela apenas reage aos movimentos dos ventos e temperaturas.
As águas brotam, do céu, dos rios, provenientes de uma origem complexa de entender, provocam um abrupto aparecimento transformando o planeta em uma quase permanente mutação, e com isso provocam consequências graves, como está sendo a destruição filmada por muitos.
A intelectualidade traz a oportunidade em realizar proteção aos nossos iguais, filhos de Deus, porém, sempre estamos à mercê do próximo desastre inesperado, que nos rouba os objetos adquiridos com o esforço da labuta por anos de insistência.
Qual o tamanho de nossa resiliência para suportar reerguer por várias vezes nossas vidas e plantar a esperança e os planos com preparo suficiente para não sofrer um novo tombo?
O que resta aos que assistem no sofá de suas casas a desgraça alheia, e a morte passando na tela, é colaborar de alguma forma, estender a mão, emprestar seu ombro, doar seu dinheiro e se voluntariar quando possível para reconstrução daquelas vidas desmanchadas pelas águas. Em seus pensamentos, trará sentido à sua existência que espera um pouco mais de você para ser gente.
O fundo do poço nos ensina bem além do que o topo da montanha, por isso espero que você faça uma reflexão profunda sobre aqueles que não saíram ilesos desse evento catastrófico, e entenda que aquelas vidas que sofreram enormes perdas, devam ser ajudadas a seguir em frente para algum rumo, seja qual for, lhe bastando abrir os olhos da fraternidade humanitária.
Assim como o rio encontrou novos caminhos, faça um redesenho de sua vida no rescaldo da enchente, não desista se sua obra inacabada.