Para comemorar 100 anos de Surrealismo no mundo, o Centre Pompidou, em Paris, realiza uma grande mostra, reunindo pinturas, desenhos, esculturas, fotografias, documentos e filmes dos grandes mestres surrealistas. A exposição é pontuada por 14 capítulos, entre figuras literárias que inspiraram o movimento e princípios poéticos que estruturaram sua imaginação, incluindo o texto original e fundador do Surrealismo, ou seja, o Manifesto Surrealista de 1924, escrito por André Breton.
Entre os artistas participantes, nomes como Salvador Dali, Marcel Duchamp, Joan Miró, Man Ray, Pablo Picasso, Max Ernst, Giorgio de Chirico, Dorothea Tanning, Tatsuo Ikeda, René Magritte, Leonora Carrington, Helen Lundeberg e André Breton mostram ao público um estilo de pintura surpreendente e diferente, inspirado na psicanálise e caracterizado por seu aspecto onírico e por investigar o inconsciente humano.
O surrealismo propõe a valorização da fantasia, da loucura e a utilização da reação automática. Dessa forma, o artista deve deixar-se levar pelo impulso e registrar tudo o que lhe vier à mente, sem se preocupar com a lógica. Os artistas surrealistas, apoiando-se no modelo psicanalítico do sonho e na técnica do automatismo psíquico, almejavam uma expressão do pensamento que dispensava o controle da consciência.
A intenção dos surrealistas era revolucionar a experiência humana, no campo pessoal e também em aspectos culturais, sociais e políticos, libertando as pessoas do que eles viam como falsa racionalidade e costumes restritivos e estruturais. O movimento se difundiu em todo o mundo, afetando as artes visuais, literatura, cinema, música, línguas e o pensamento político, filosófico e social das pessoas. Mas, por várias vezes, os surrealistas foram vistos como comunistas e anarquistas (e isso me faz pensar em
tempos atuais nada distantes).
Oficialmente, o Surrealismo teve seu encerramento no ano de 1969, porém, não podemos dizer que foi o fim da sua influência, afinal, esse movimento artístico se perpetua até hoje como fonte de inspiração para a arte contemporânea e para novos artistas. Em Paris, o período de visitação para essa maravilhosa retrospectiva segue de 04 setembro de 2024 até 13 de janeiro de 2025.