O longa, dirigido por David Schürmann, conta a história do pescador João (interpretado pelo ator Jean Reno), que ajudou um pinguim (depois batizado de Dindim) coberto de óleo a se recuperar. Após voltar para a Patagônia, o pinguim passou a visitar o amigo durante vários anos, viajando oito mil quilômetros.
Dindim foi interpretado por 10 pinguins – entre eles, Phoebe e Rachel, do Oceanic Aquarium, de Balneário Camboriú.
O Página 3 esteve presente na pré-estreia do filme, na noite de quarta-feira (11), e conversou com envolvidos no longa.
Acompanhe abaixo.
Filme está tendo grande aprovação
A ‘mente’ por trás do filme é David Schürmann, da família de navegadores, que começou a filmar justamente no mar, quando tinha 10 anos.
Ele não esteve presente em Balneário, mas através da assessoria do Oceanic Aquarium conversou com a reportagem do jornal e comemorou a repercussão do filme até aqui – o longa já estreou há algum tempo nos Estados Unidos e chega agora no Brasil.
“É impressionante, eu estou super feliz, emocionado com a receptividade tanto do público quanto da crítica. Como diretor, tento fazer um filme que se conecte com as pessoas, sejam pessoas ligadas ao mundo do cinema ou cinéfilas, como também pessoas do público geral. E o mais difícil é fazer um filme que consiga conectar com esses dois públicos, e o My Penguin Friend faz exatamente isso. Hoje a gente está com 98% de aprovação do público ao redor do mundo, o que é impressionante, é um número muito alto. E mais surpreendentemente, nós estamos com 88% de aprovação da crítica especializada. Filmes de família normalmente não têm crítica especializada do seu lado, e esse filme tem tido isso e é impressionante, eu fico muito feliz e emocionado”, afirmou.
Filme era para ter sido rodado nas Ilhas Canárias, mas veio para o Brasil
O longa foi filmado em Ubatuba, litoral norte de São Paulo, Paraty, no Rio de Janeiro, e na Patagônia, na Argentina, e conta com um elenco repleto de talentos nacionais e internacionais.
Além de Jean Reno, estão no filme a mexicana Adriana Barraza, Alexia Moyano, Nicolás Francella, Rócio Hernandez, Juan José Garnica, Duda Galvão, Ravel Cabral, Pedro Urizzi e Thalma de Freitas.
O produtor do filme, João Roni, sócio da Ocean Films, explicou que já trabalha com David há bastante tempo (eles produziram Pequeno Segredo, filme que representou o Brasil no Oscar em 2017) e eles estavam justamente promovendo o filme em Los Angeles quando chegou a notícia de que havia um produtor americano que tinha comprado uma história que tinha acontecido no Brasil (a de João e Dindim) e que estava querendo conversar com produtores e diretores brasileiros.
“Imediatamente ‘casamos’ e a partir daí, a gente começou a fazer um desenvolvimento de um projeto que era para ser financiado entre Brasil e Estados Unidos, mas no final das contas, chegou a pandemia, a gente, nenhum dos dois lados conseguiu levantar o dinheiro, mas um produtor americano chamado Jonathan Lin, da City Heel Arts, se sensibilizou com a história e bancou o filme”, relembra.
Inicialmente, a ideia era filmar o longa nas Ilhas Canárias por conta dos incentivos fiscais, mas ficaria difícil ter os mesmos pinguins da espécie de Dindim (pinguim-de-magalhães) para gravar, por isso conseguiram trazer a produção para o Brasil, com apoio do Aquário de Ubatuba, que cedeu oito pinguins para a gravação do filme e do Oceanic, de Balneário Camboriú, que ‘emprestou’ Phoebe e Rachel.
“O pinguim não pode parar de treinar, tinha que treinar todos os dias. O Fabiano Gabelli, que é o treinador, se entregou para o filme de corpo e alma. Ele percebeu que os pinguins tinham diferentes personalidades. Então ele focava a cena que tinha que ser feita com o pinguim que tinha a melhor possibilidade de fazer pela sua própria personalidade. Um era mais calmo, o outro mais agitado, o outro gostava de ficar bicando tudo, então ele foi escolhendo. E tinha o coringa, que era o Maui, que fazia tudo”, pontua.
Filme é emocionante
O pai do diretor David e ‘líder’ da família Schürmann, Vilfredo, esteve presente no lançamento do longa em Balneário Camboriú.
Ele foi o responsável por convidar o Oceanic Aquarium a ceder as pinguins Phoebe e Rachel para participarem do filme.
“O dono do Oceanic, o Kiko, nos recebeu com braços abertos e disse que fazia questão de ceder os pinguins e estar presente no filme. Foi muito legal, eu acompanhei de perto, desde o início, quando nos falaram que estavam procurando um diretor brasileiro e que entendesse de mar – e tinha que ser o David, é claro. Deu muito certo e fico muito feliz por isso. Fizemos também o lançamento em Los Angeles, levamos o senhor João para a premiere, e ele foi ovacionado lá! Foi incrível. Foi uma vibração danada, muito bacana”, disse.
Vilfredo deu um spoiler sobre o filme, que define como ‘emocionante’ – o ator Jean Reno, famoso pelos filmes Missão Impossível, chorou no longa.
“Ele abriu o coração, se conectou com o Brasil, com a história, com a língua latina. Houve uma conexão espetacular com a grandiosidade que esse filme representa, porque é uma história real! As pessoas têm que vir assistir, porque vão gostar muito. Não é por causa do meu filho diretor, não, porque o filme está muito legal!”, acrescentou.
Importância para o Oceanic
O diretor técnico do Oceanic Aquarium, André Neto, disse que quando o convite de Vilfredo chegou foi muito especial, porque somente a visita dele no aquário já foi ‘grandiosa’.
“A gente sabe da seriedade de todos os feitos da família Schurmann e isso já é uma credibilidade, né? Então, foi com muito prazer que o Oceanic disponibilizou dois animais para fazer parte do elenco do filme. Os animais são muito acostumados a uns procedimentos, ao contato humano, e houve todo um treinamento deles no local de gravação, mas correu tudo muito bem, tudo tranquilo”, explicou.
Em cartaz
“O filme “Meu amigo pinguim” está em cartaz no GNC Cinemas do Balneário Shopping e pode ser assistido às 15:10, 16:40 e 20:05 dublado e 22:05 legendado. Esses horários são deste fim de semana e podem ser alterados, por isso o jornal recomenda que a programação seja conferida neste link (clique aqui)