“Além de guia, ele (Ink) foi muito importante para a minha recuperação mental e psicológica. Posso dizer que ele é um dos maiores personagens dessa medalha”, afirmou o medalhista Wendell Belarmino, após conquistar a medalha de prata nos 50m livre S11, nas Paralimpíadas de Paris.
A história do atleta com o cão-guia Ink iniciou em 2022, quando Wendell foi contemplado em uma chamada pública específica para atletas com deficiência, em uma parceria entre o Instituto Federal Catarinense (IFC), a Secretaria Nacional de Esportes de Alto Rendimento (SNEAR) da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania, com apoio do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).
Ao todo, a parceria resultou em oito cães-guias entregues para atletas com deficiência.
O sonho de Wendell de ter um cão-guia já era antigo. “Lembro quando tinha mais ou menos oito anos, eu estava com a minha mãe e vi um cão-guia pela primeira vez. Fiquei encantado pensando em como seria se tivesse um”, contou na ocasião do treinamento no IFC Camboriú.
Belarmino nasceu com glaucoma congênito e até a adolescência tinha 60% da visão. Ao longo dos anos foi perdendo ainda mais e, em 2019, passou a competir na categoria de cegos totais.
Durante o treinamento, Wendell já imaginava como seria a nova fase da vida.
“Vou fazer tudo o que eu quiser, ir para onde eu quiser e com uma desenvoltura, segurança e liberdade maior”, ressaltou o atleta quando recebeu o cão-guia.
Para a diretora-geral do IFC Camboriú, Sirlei Albino, é gratificante saber que o Ink, o cão-guia formado pelo IFC, pode contribuir tanto para a vida de Wendell.
“Nos sentimos honrados com o agradecimento de Wendell ao cão-guia Ink, e torcemos muito pela conquista do pódio pelo atleta. Não é fácil mantermos o Centro de Formação de Treinadores e Instrutores de Cães-guia e Inclusão em funcionamento”, destacou Sirlei.
O Centro possui mais de 12 anos de atuação e já formou 20 profissionais treinadores e instrutores de cães-guia, que estão trabalhando em organizações no Brasil e também no Uruguai. Até hoje, já entregou 54 cães para pessoas com deficiência visual.
“Temos um custo anual na casa de R$ 1 milhão, o que torna difícil – ano a ano – manter somente com verba do IFC e de eventuais emendas parlamentares e TEDs. Estamos há 12 anos sem ter a garantia de recurso financeiro federal específico para garantir o funcionamento para o ano seguinte. Se permanecermos assim, sem estarmos integrados a um plano de governo, corremos o risco de encerrarmos as atividades nos próximos anos”, ressaltou Sirlei.
Sobre o Centro
O Centro de Formação de Treinadores e Instrutores de Cães-guia e Inclusão está localizado no Instituto Federal Catarinense (IFC) – Campus Camboriú.
O Centro é o primeiro da rede federal a ofertar a formação profissional de Treinador e Instrutor de Cães-guia, sendo referência nacional na área.
O programa visa aumentar o efetivo de profissionais e o número de cães-guias atuantes no país e, consequentemente, o acesso à tecnologia assistiva.
O Programa possui mais de 12 anos de atuação e já formou 20 profissionais – entre treinadores e instrutores, e treinadores de cães-guia – que estão trabalhando em organizações no Brasil e também no Uruguai. Até hoje, já entregou 54 cães para pessoas com deficiência visual.
Fonte: Assessoria Comunicação IFC Camboriú