Profissionais das secretarias de Saúde e de Educação de Balneário Camboriú estão promovendo higienização e conscientização da comunidade escolar, devido a 47 casos de sarna (escabiose) verificados em sete escolas.
A sarna, provocada por um ácaro, provoca coceira intensa, é bastante contagiosa e encontra nas escolas um ambiente propício para sua difusão. O tratamento é feito com medicamentos.
Segundo o Secretário de Educação de Balneário Camboriú, Otto Alfonso Thiel, há 36 casos no Núcleo Sementes do Amanhã (33 alunos e 3 funcionárias), cinco no Rio das Ostras (4 alunos e 1 funcionária) e ainda casos isolados no NEI Pioneiros (dois), CEM Vereador Santa (um), NEI Pequeno Navegador (um), NEI Pioneiros (um) e CEM Presidente Médici (um).
Os NEIs com mais casos (Rio das Ostras e Sementes do Amanhã) estão sem aulas até o próximo dia 24 de junho, passando por higienização em suas dependências.
“Só será fechada mais alguma unidade caso for considerado um surto pela Secretaria da Saúde. Por isso, estamos fazendo as orientações aos pais e responsáveis para que verifiquem se os filhos possuem sintomas e levem ao médico das UBS para consultar e manter os cuidados necessários contidos no informativo, que foi desenvolvido para conscientizar os pais dos alunos e prevenir o avanço da doença”, acrescenta o secretário.
Médico diz que não há indício de informação da ligação dos casos com uso de ivermectina
Com o surgimento de novos casos isolados de escabiose em unidades de ensino municipal, o médico sanitarista da Secretaria de Saúde de Balneário Camboriú, Rodrigo Emydio, explica que não há indícios de informação da ligação dos casos com o uso de ivermectina, conforme apontado pela deputada federal e presidente do PT, Gleisi Hoffmann, que associou o surto de casos de escabiose com o uso do medicamento de forma ‘indiscriminada’ durante a pandemia (o ex-presidente Jair Bolsonaro era forte defensor do medicamento na época).
“Em relação a possível causa dos casos de escabiose ser associada ao uso de ivermectina para Covid-19, a literatura científica apresentada nas últimas notícias, aponta haver uma evidência fraca/moderada de que o ácaro da escabiose pode ter desenvolvido alguma resistência ao longo desses últimos anos”, afirmou o médico.
Rodrigo afirmou ainda que o município sempre respeitou a autonomia dos profissionais médicos e que a transmissão em Balneário Camboriú é delimitada a grupo específico.
“Entretanto, apesar dessa suspeita de resistência do ácaro à ivermectina, o município de Balneário Camboriú não incentivou o uso dos “kits Covid” e sempre respeitou a autonomia dos profissionais médicos. A transmissão deste parasita no município está delimitada ao grupo escolar restrito e geograficamente conhecido”, pontuou.
O médico salientou ainda a necessidade de mais estudos sobre o caso.
“Ressaltamos que mais estudos são necessários para comprovar a real relação da resistência do parasita ao uso da ivermectina”, completou.
As recomendações para a comunidade escolar são:
Familiares e pessoas próximas ao paciente com diagnóstico positivo devem procurar o médico para o tratamento específico;
- Lavar as roupas de banho e de cama com água quente;
- O paciente com diagnóstico positivo deve ficar em casa, enquanto durar a infestação;
- Lavar constantemente as mãos;
- Manter o ambiente escolar sempre bem arejado e limpo;
- Orientar os pais para que comuniquem a escola no caso de confirmação do diagnóstico;
- Realizar a limpeza dos objetos manipulados pela criança doente com água e sabão e posteriormente com álcool 70%, a fim de evitar a contaminação de outras crianças;
- Só permitir o retorno da criança após avaliação do serviço de saúde;
- Comunicar a Unidade Básica de Saúde.